Breve biografia Cristovão Bastos

“Antes de tudo, a Música … Música ainda, e eternamente!”
– Paul Verlaine, do poema “Arte Poética”. tradução Augusto de Campos. 
In: O Anticrítico. A. de Campos. Cia das Letras, 1986


  • Cristovão Bastos (2023) - foto © Daisson Flach 

Cristovão Bastos (compositor, pianista, arranjador, diretor musical e professor), nascido no bairro de Marechal Hermes, na cidade do Rio de Janeiro, em 3 de dezembro de 1946. Respeitado e admirado por grande parte da música brasileira, estudou teoria musical e acordeom desde cedo, formando-se aos 13 anos, quando iniciou sua carreira, tocando em bailes com a banda de “Creso Augusto”. Sua estreia como pianista foi aos 17 anos, numa boate em Cascadura, subúrbio do Rio de Janeiro. Foi um dos fundadores da Banda Black Rio, participando de sua primeira formação e do primeiro disco, o antológico “Maria Fumaça” em 1976. No mesmo ano participou como solista, juntamente com flautista Copinha, do disco Memórias Chorando de Paulinho da Viola. 

Parceiro de grandes nomes como Chico Buarque — com quem compôs “Todo o sentimento” e "Tua cantiga" —, Paulo César Pinheiro, Aldir Blanc, Paulinho da Viola, Elton Medeiros, Luciana Rabello e Abel Silva. Cristovão criou e assinou arranjos para discos e shows de Nana Caymmi, Edu Lobo, Elza Soares, Emílio Santiago, Fafá de Belém, Miúcha, Gal Costa, Nelson Gonçalves, Paulinho da Viola, Ângela Maria, Chico Buarque, entre outros. 

Algumas de suas composições estão registradas nas vozes e instrumentos de nossos maiores intérpretes, como Zezé Gonzaga, Simone, Ney Matogrosso, Maria Bethânia, Verônica Sabino, os grupos Época de Ouro e Nó em Pingo D’água, Maria Creuza, Paulinho da Viola, Elizeth Cardoso, Emílio Santiago, Zé Nogueira, Mauro Senise, Marco Pereira, entre outros. Em 1998, a cantora Clarisse Grova gravou Novos Traços, disco de músicas inéditas de Cristovão e Aldir Blanc, com produção de Rildo Hora. Barbra Streisand gravou ‘Let´s start right now’, versão da música ‘Raios de luz’ parceria dele com Abel Silva, no álbum A Love Like Ours (1999).

Com Aldir Blanc, Cristovão compôs mais de vinte canções, entre elas, ‘Resposta ao tempo’, tema de abertura da minissérie Hilda Furacão, da Rede Globo (1998) e ‘Suave veneno’, da novela Suave Veneno, Rede Globo (1999), ambas gravadas por Nana Caymmi.

Em sua longa e profícua carreira, mais de 55 anos de trabalho, Cristovão recebeu 16 prêmios, entre eles o Prêmio Sharp como compositor, arranjador, instrumentista e melhor disco instrumental, com “Bons Encontros”, em parceria com Marco Pereira; Em 2008 recebeu o 'Prêmio Tim', como melhor arranjador com o disco “Paulinho da Viola – Acústico MTV”. Em 2011 o 'Prêmio da Música Brasileira' como melhor arranjador, com o disco “Tantas Marés” de Edu Lobo. Em 2018, recebe o 'Prêmio da Música Popular Brasileira' juntamente com Chico Buarque pela canção "Tua Cantiga", na categoria 'Melhor canção'; e em 2021 recebe Prêmio Ernesto Nazareth (1º lugar) do festival Rio Choro, para a sua música "Especial saudade".  Ainda em 2021, recebe o Prêmio Profissionais da Música, na categoria 'Intérpretes de Choro', álbum Cristovão Bastos e Rogério Caetano* (selo Biscoito Fino, 2020), o disco também foi indicado ao Latin Grammy 2021, na categoria de melhor Álbum Instrumental. Em 2023, recebeu 3 prêmios do PPM - Prêmio Profissionais da Música, na modalidade 'Criação' - 1) categoria "Arranjador" para o álbum “Aldir Blanc – inédito”. (Diversos artistas). Biscoito Fino (2021); 2) na categoria "autores' - música e letra" / regional 'sudeste' - Cristovão Bastos e Aldir Blanc, para a canção "Provavelmente em Búzios" / Do álbum “Aldir Blanc – inédito” (2021) e 3) na categoria "autor’ - instrumental" / regional 'sudeste' - Cristovão Bastos, música "Choro, chuva e chelo 'cello'" - Do álbum 'Flor do Milênio' (Jaques Morelenbaum Cellosam3atrio: Lula Galvão, Rafael Barata). Selo Sesc SP (2021).

Lançou dois discos solo, o primeiro "Avenida Brasil", em 1997 e o segundo “Gafieira Suburbana”, em 2008, contendo composições suas e de amigos.

 Em 1992, gravou o álbum premiado “Bons Encontros”, em parceria com Marco Pereira. Bastos. No ano de 2002, gravou o disco "Domingo na geral", álbum com o grupo 'Nó em Pingo D'Água'. Em 2019, gravou e lançou o álbum "Espelho" em parceria com Maury Buchala, pelo selo SESC SP. Em julho de 2020, lançou o disco em duo "Cristovão Bastos e Rogério Caetano", pelo selo Biscoito Fino. O álbum promove o encontro de dois grandes mestres em seus instrumentos – o piano e o violão 7 cordas aço. Disco em homenagem a Raphael Rabello.

Em outubro deste ano, lançou o disco em duo "Choro negro - Cristovão Bastos e Mauro Senise tocam Paulinho da Viola", pelo selo Biscoito Fino, 2022. O disco foi indicado ao Latin Grammy 2023, na categoria de melhor Álbum Instrumental. O álbum celebra os 80 anos de Paulinho da Viola, mestre da nossa música. E em dezembro, lança o álbum “Varandão”, de João Lyra e Cristovão Bastos, selo independente, 2022. Trazendo dez temas, cujos títulos vão numa sequência de “Varandão 1” até “Varandão 10”. Sendo que “Varandão 2” é de autoria apenas de, Cristovão, enquanto “Varandão 9” é só do João – os outros são dos dois.